Las mujeres aspiran la casa hacia dentro de los pulmones, Daniel Faria




Las mujeres aspiran la casa hacia dentro de los pulmones 
Y muchas se transforman en árboles llenos de nidos
Así son las mujeres– aunque las casas tengan tejados inclinados 
por el peso de las aves que allí se cobijan.

Es en la ventana de los hijos donde las mujeres respiran

sentadas en los escalones mirando hacia ellos y muchas
se transforman en escaleras

Muchas mujeres se transforman en paisajes

en árboles llenos de niños trepando que se cuelgan
de las ramas - del cuello de las madres hasta que los árboles resplandecen
Llenos de brotes.

Las mujeres aspiran hacia adentro

Y gestan continuamente. Se transforman en huertos
Limpian la casa
Ponen la mesa
alrededor del corazón.

Traducción: nuria p. serrano, ÍndigoHorizonte 2012



nuria p. serrano, ÍndigoHorizonte 2012, de las imágenes y de esta interpretación al castellano del poema de Daniel Faria que puede leerse a continuación en portugués. 






As mulheres aspiram a casa para dentro dos pulmões

As mulheres aspiram a casa para dentro dos pulmões
E muitas transformam-se em árvores cheias de ninhos - digo,
As mulheres - ainda que as casas apresentem os telhados inclinados
Ao peso dos pássaros que se abrigam.

É à janela dos filhos que as mulheres respiram
Sentadas nos degraus olhando para eles e muitas
Transformam-se em escadas

Muitas mulheres transformam-se em paisagens
Em árvores cheias de crianças trepando que se penduram
Nos ramos - no pescoço das mães - ainda que as árvores irradiem
Cheias de rebentos

As mulheres aspiram para dentro
E geram continuamente. Transformam-se em pomares.
Elas arrumam a casa
Elas põem a mesa
Ao redor do coração.

Daniel Faria
de Homens Que São Como Lugares Mal Situados (1998)

Comentarios

  1. Ciertas entradas uno tiene que verlas saboreando un buen café. No concibo otra manera.
    Un abrazo

    ResponderEliminar
  2. Las mujeres son brotes, árbol, bosque, universo.

    Beso.

    ResponderEliminar
  3. en este caso me quedo sin respiración!

    Un abrazo,
    Elena

    ResponderEliminar
  4. Me estás dando a conocer unos poetas que no conocía y que tienen unos poemas preciosos. Gracias

    ResponderEliminar
  5. daniel faria me deixa muda. descobro-me na poesia dele, por isso a amo tanto.

    bela escolha, índigo, bela.

    beijos!!

    ResponderEliminar
  6. Um poema lindo de Daniel Faria e uma foto cheia de beleza também.
    Boa entrada Índigo.
    Beso y boa semana

    ResponderEliminar
  7. me trajo recuerdos de aquél verso del catalán, tu nombre me sabe a hierba. no se porqué. quizás el hecho de imaginarla transformada en árbol, paisaje, hierba, agua y sol. Hermoso poema.

    ResponderEliminar
  8. Maravillosas reflexiones sobre las mujeres. Por otro lado muy ciertas. Hermosamente escrito.
    Saludos.

    ResponderEliminar
  9. Gran homenaje poético. Bella entrada.
    Un abrazo

    ResponderEliminar
  10. Bellísimo y emotivo texto!!
    Felicitaciones por el blog, es un placer haberte encontrado.
    Saludos australes!

    ResponderEliminar
  11. Delicioso poema, las mujeres son tantas cosas..., bueno, hay de todo tipo, al igual que de hombres. Yo creo en "las" personas y en "los" seres humanos. Preciosas fotos de árboles desnudos, luz y nieve. Besos.

    ResponderEliminar
  12. La mujer es como patrimonio de la humanidad...tenemos que cuidar y mimar hasta la saciedad..sin ellas no somos nada...nadie...no somos mas que cadaveres andantes sin caminos ni destinos...las mujer es un bien para la humanidad..es un complemento perfecto para el hombre...pero a su ves es algo que tener en cuenta,,.,,respeto y pasion...dulzura y comprension...amiga y amante...pero a la vez un ejemplo a seguir..constancia y lucha...belleza y sutileza...delicadamente romantica y nuesta conciencia ...un abrazo.

    ResponderEliminar
  13. o que dói

    é não poder apagar a tua ausência

    e repetir dia a pós dia os mesmos gestos


    o que dói

    é o teu nome que ficou como mendigo

    descoberto em cada esquina dos meus versos


    o que dói

    é tudo e mais aquilo que desteço

    ao tecer para ti novos regressos

    daniel faria

    ResponderEliminar
  14. o que dói

    é não poder apagar a tua ausência

    e repetir dia a pós dia os mesmos gestos


    o que dói

    é o teu nome que ficou como mendigo

    descoberto em cada esquina dos meus versos


    o que dói

    é tudo e mais aquilo que desteço

    ao tecer para ti novos regressos

    daniel faria

    ResponderEliminar
  15. aqui deixo um poema - meu preferio - como homenagem a este grande poeta e a este post.
    lmc

    o que dói

    é não poder apagar a tua ausência

    e repetir dia a pós dia os mesmos gestos


    o que dói

    é o teu nome que ficou como mendigo

    descoberto em cada esquina dos meus versos


    o que dói

    é tudo e mais aquilo que desteço

    ao tecer para ti novos regressos

    daniel faria

    ResponderEliminar
  16. aqui deixo um poema - meu preferio - como homenagem a este grande poeta e a este post.
    lmc

    o que dói

    é não poder apagar a tua ausência

    e repetir dia a pós dia os mesmos gestos


    o que dói

    é o teu nome que ficou como mendigo

    descoberto em cada esquina dos meus versos


    o que dói

    é tudo e mais aquilo que desteço

    ao tecer para ti novos regressos

    daniel faria

    ResponderEliminar

Publicar un comentario

Entre la palabra y el silencio, el sosiego.

Entradas populares de este blog

Carta a Josefa, mi abuela, José Saramago

Los verdaderos poemas son incendios, Vicente Huidobro

25 de abril, Sophia de Mello Breyner Andresen

Para ser Grande, Ricardo Reis

Timidez, Cecília Meireles